O assunto pode ser o salto do Fallout de renomada franquia de jogos a série de sucesso do Prime Video, podem ser as várias maneiras pelas quais o público vem desfrutando de franquias queridinhas como The Last of Us, O Senhor dos Anéis ou Tomb Raider, mas uma coisa é certa: os dias dos conteúdos de entretenimento compartimentados em um único veículo de sua preferência ficaram para trás. Em vez disso, para deleite de fãs novos e tradicionais, esses conteúdos têm cruzado cada vez mais as fronteiras para novas plataformas que contam histórias entrelaçadas, expandido seus universos e alcançando novos públicos no cinema, na televisão, nos jogos e muito mais.
Na última quinta-feira, Laura Naviaux Sturr, gerente-geral de operações da Amazon Games, participou, junto com um grupo diversificado de líderes do setor de entretenimento, da mesa-redonda “Convergência - Gerando valor em diferentes meios”. A mesa-redonda integrou o evento Business of Entertainment Summit do jornal Financial Times, que aconteceu no dia 19 de setembro em West Hollywood, Los Angeles.
Tendo os jogos como núcleo central da convergência no entretenimento, Sturr foi acompanhada no palco por Bill Kramer, CEO da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, Will McIntosh, presidente da Fandango e da NBC Sports Next, e Daniel Hong, sócio da Bain & Company. A mesa-redonda teve como moderador Christopher Grimes, chefe de redação do Financial Times em Los Angeles.
Conforme cada assunto da conversa remetia à convergência de mídia e às propriedades da transmídia, a discussão de quase 40 minutos tratou de tudo, desde a dedicada comunidade de fãs e a busca por novos públicos até os efeitos do esporte e da tecnologia nos êxitos de hoje e nos objetivos futuros em mídia cruzada.
Confira abaixo alguns dos destaques das falas dos debatedores:
O poder das comunidade de fãs ao longo das gerações
“Sob vários pontos de vista, estamos na vanguarda de um renascimento… O mundos dos jogos está só começando. Essa ideia de convergência é apenas a ponta do iceberg das oportunidades.. Séries como The Last of Us, o filme Super Mario Bros. ou a série Fallout que a Amazon lançou este ano, mostram o poder real da comunidade de fãs de jogos, mas também apontam como as próximas gerações, Z e Alpha, querem pensar suas preferências de entretenimento.” — Laura Sturr, gerente-geral de operações da Amazon Games
“Na última sessão, o Chris comentou a respeito da construção de mundos, e a Laura mencionou a questão da comunidade de fãs. Os consumidores têm também a expectativa de poderem se aprofundar quando sen envolvem em comunidades de fãs. Se tem um mundo que eles adoram no videogame, vão querer ir além dele. Vão querer ver o filme. Vão querer o mangá, vão atravessar a barreira digital para viver experiências ao vivo.” — Daniel Hong, sócio da Bain & Company
“Essas franquias têm sido pesos pesados do setor há 20, 30, 40 anos. Ou seja, elas mantém fãs ao longo desses 20, 30 ou 40 anos que estão ávidos para se envolver com os personagens e as histórias que amam, além de querer novas narrativas com eles.” — Laura Sturr, gerente-geral de operações da Amazon Games
Medindo a convergência dentro e fora das telas
“Temos que pensar em quanta gente está se envolvendo não apenas com os Oscars, mas com nosso conteúdo do ano todo ano, seja ele na televisão, no streaming, nas redes sociais ou presencialmente. Fazemos eventos presenciais no mundo todo, então a questão aqui é realmente definir a nossa métrica de sucesso para além de uma noite de transmissão ao vivo na TV.” — Bill Kramer, CEO da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas
“Falando do Roblox, acabamos de fazer uma ação com a Warner Brothers em torno do lançamento do filme Beetlejuice, em que pela primeira vez na história — e no contexto do universo do Beetlejuice dentro do Roblox — havia um cinema da Fandango onde você podia comprar ingressos de cinema, entre outras coisas. Acho essa acabou sendo a experiência relacionada a um filme mais jogada de todos os tempos.” — Will McIntosh, presidente da Fandango e da NBC Sports Next
Uso inteligente de franquias adoradas em meio a expectativas crescentes
“Estamos trabalhando sobre O Senhor dos Anéis, Tomb Raider, uma nova franquia de corrida, uma mistura de ação e aventura, mas não dá para empurrar uma solução única para tudo. Quem está usando franquias de forma inteligente tem refletido sobre como se adaptar a essas gerações e tentado reunir pistas do que realmente é popular entre as gerações Z e Alpha, mas daí a fazer com qualidade… As coisas tomaram uma dimensão maior, as expectativas são maiores, há muita competição pelo tempo e pela atenção das pessoas.” — Laura Sturr
Entre as principais lições aprendidas, todos os debatedores concordaram que a convergência transmídia vem se acelerando, o que significa que mais e mais franquias de jogos estão se transformando em séries e filmes de sucesso e vice-versa. De acordo com os participantes, também veremos algumas propriedades digitais aparecerem fora das telas, em experiências ao vivo, com uma frequência ainda maior. Com o foco em vários setores, essas lideranças do setor de entretenimento vão continuar a traçar um percurso de aprofundamento com os fãs e, ao mesmo tempo, a expandir suas ofertas para atrair novos públicos e jogadores.
CRÉDITO DA FOTO: Business of Entertainment Summit by Financial Times Live – https://entertainment.live.ft.com